“Partes da humanidade parecem sacrificáveis em benefício de uma seleção que favorece um setor humano digno de viver sem limites.” (Papa Francisco – Fratelli Tutti, p. 15)

A Igreja Católica é a instituição mais antiga em atividade no mundo, com dois mil anos de história.

Muitos foram os papas que sentaram no trono de São Pedro.

E não foram poucos os que atropelaram a vida do evangelho.

A tradição diz que a Igreja é Santa porque foi uma vontade do Deus Filho Jesus e pecadora porque é composta de homens.

Por ser também pecadora, produziu entre os seus 266 Papas homens como Júlio II, que teve três amantes, cinco filhos, era apaixonado por touradas e passava todo o tempo como um guerreiro com a espada na mão sitiando os venezianos.

Mesmo com todas as turbulências externas, internas e até após a reforma protestante, a Igreja conseguiu se manter como uma voz poderosa no ocidente.

E que ninguém fique inocente, as intrigas palacianas existem e se agravam em momentos de conclave.   Os acordos giram em torno do poder da cúria romana, o que nós conhecemos no Brasil por ministérios no Vaticano, são os dicastérios, a secretaria de estado, as congregações, os tribunais eclesiásticos, conselhos, ofícios, comissões e comitês. E sim, um cardeal eleitor pode votar por espaço de poder, principalmente se tem votos que não são suficientes para elegê-lo Papa, então ele leva esses votos ao eleito junto com a proposta de ocupar um dicastério ou de permanecer em um.

Papa Francisco foi sem dúvidas um homem bem melhor do que a Igreja (Cúria romana). Ele vem na sucessão de dois Papas, o primeiro, João Paulo II, que foi o homem certo para a igreja num momento de crise do socialismo real, ele polonês e que passou pela ditadura comunista polonesa, e depois Bento XVI, que forçou sua eleição junto à cúria, um homem de muitas respostas teológicas e poucas respostas pastorais.

Papa Francisco, esse homem melhor do que a Igreja, sai da Argentina, de locais de muita dor e sofrimento, e chega a Roma, a cidade eterna, para comandar a igreja e deixar um legado de compromisso com os pobres e o meio ambiente.

Papa Francisco deu o exemplo ao punir figurões da cúria romana e prelados (bispos) pelo mundo todo por desvios de conduta, fosse ela financeira ou sexual. Suportou a cúria até o final como um projeto de cardeais cansados do modelo estatal do Vaticano.

“Não tenham medo da vida, por favor!  Tenham medo da morte, da morte da alma, da morte do futuro, do fechamento do coração. Disto vocês devem ter medo. Mas da vida não, a vida é bela. A vida é para ser vivida e para doá-la aos outros.”

(Papa Francisco)