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Delmiro Gouveia,08/12/2024

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Braskem cancela participação na COP28

Petroquímica cita que "agravamento da crise em Maceió" poderia ter mais destaque do que o tema que foi convidada a discutir. Empresa participaria de painéis sobre mudanças climáticas


Braskem cancela participação na COP28 Tanque em fábrica de cloro e soda da petroquímica Braskem, em Maceió 30/01/2020REUTERS/Amanda Perobelli

A Braskem confirmou, nesta segunda-feira (4), ter cancelado a participação que faria na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

Em nota, a petroquímica afirmou que o cancelamento se deve a crise que enfrenta em Maceió (AL), onde pelo menos uma mina para extração de sal-gema da empresa ameaça desabar a qualquer momento.

“Nos últimos dias, diante do agravamento da crise de Maceió, a Braskem achou melhor cancelar sua participação para evitar que o assunto sobrepujasse quaisquer outras discussões técnicas, dificultando eventuais contribuições que a empresa pudesse oferecer”, explicou a empresa.

Ainda de acordo com o comunicado, a Braskem “está acompanhando a COP e todas as discussões sobre mudanças climáticas, uma vez que tem metas de redução de emissões de gases de efeito estufa e de crescimento com produtos mais sustentáveis, entre eles bioprodutos e produtos com conteúdo reciclado”.

A agenda inicial da Braskem na COP previa a participação de diretores da petroquímica em dois painéis, entre os dias 8 e 11 de dezembro. O principal painel discutiria o papel da indústria frente aos impactos das mudanças climáticas.

Minas de Maceió

As minas da Braskem em Maceió são cavernas abertas pela extração de sal-gema durante décadas de mineração na região. Essas cavernas estavam sendo fechadas desde 2019, quando o Serviço Geológico do Brasil (SGB) confirmou que a atividade realizada havia provocado o fenômeno de afundamento do solo na região, o que obrigou a interdição de uma série de bairros da capital alagoana.

O caso tornou-se conhecido após um tremor de terra sentido por moradores de alguns bairros em março de 2018. Em julho deste ano, a prefeitura da cidade fechou um acordo com a empresa assegurando ao município uma indenização de R$ 1,7 bilhão em razão do afundamento dos bairros. Segundo a administração municipal, os recursos serão destinados à realização de obras estruturantes na cidade e à criação do Fundo de Amparo aos Moradores (FAM).





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