Marcos Queiroz

Quando dizer “não” é um ato de lucidez política
Não! Não quero ser ministro das Comunicações!

"Não! Não quero ser ministro das Comunicações!"
Foi com essa frase direta que o deputado federal Pedro Lucas (União Brasil-MA) recusou o convite do presidente Lula para assumir uma das pastas mais arranhadas do atual governo. Em tempos de conivência política e silêncio cúmplice, dizer "não" se torna um gesto raro — e necessário.
Pedro Lucas, líder de um partido plural, justificou sua recusa com um argumento simples e firme: acredita que pode contribuir mais com o país na função que exerce hoje como parlamentar. O cargo de ministro das Comunicações, deixado por Juscelino Filho — também do União Brasil e também do Maranhão —, carrega o peso de graves denúncias de corrupção. Seria, talvez, mais uma armadilha política do que uma honra.
Mas a crise ética do governo Lula 3 não termina aí.
Na Casa Civil, Rui Costa, ex-governador da Bahia, está envolvido até o pescoço no escândalo do Consórcio Nordeste. Um consórcio que desviou quase R$ 50 milhões em plena pandemia, com promessas de respiradores que nunca chegaram aos hospitais. Enquanto isso, brasileiros agonizavam sem oxigênio. A Polícia Federal descobriu o paradeiro do dinheiro: carros de luxo, cartões de crédito, mansões. A farra com o dinheiro público foi vergonhosa e desumana.
Carlos Gabas, secretário na época, também aparece nesse enredo sombrio. E o silêncio que se seguiu aos desvios é tão criminoso quanto os próprios atos.
Mas o capítulo mais cruel ainda estava por vir: o escândalo na Previdência. Mais de R$ 6 bilhões foram desviados de aposentados e pensionistas. Isso mesmo. O dinheiro de quem mais precisa foi arrancado sem piedade, em um conluio vergonhoso envolvendo sindicatos omissos. O ministro Carlos Lupi foi alertado por técnicos e secretários em 2023. Sabia de tudo. E nada fez.
Dizer “não”, como fez Pedro Lucas, é dizer sim ao bom senso e à responsabilidade. É se recusar a ser mais um na engrenagem da velha política, onde a corrupção é tratada como ruído, e não como crime.
Como dizia Boris Casoy:
“Isso é uma vergonha!”
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