Em depoimento à Polícia Civil do Rio de Janeiro, o amigo que estava com Rafaela Torres, cujo feminicídio está sendo investigado, contou que ela o orientou a sair correndo quando o ex-marido, o bombeiro Silvio Denis Cabral de Oliveira, abordou os dois na noite de sábado (16).

“Quando o carro do autor se aproxima dela, ela mesma fala para ele; ‘corre, porque é o meu ex-marido’. A testemunha falou, no entanto, que não viu o rosto do Silvio porque estava com muito medo e porque viu um cara chegando com uma arma”, contou o delegado André Bueno.

Nas imagens do dia do desaparecimento da vítima obtidas pela polícia, dá para ver quando o homem no banco de carona sai correndo do carro. Momentos depois, um homem armado sai de outro veículo e obriga Rafaela a descer e ir embora com ele. Silvio foi reconhecido nas imagens por familiares da ex-mulher.

Um dia depois do registro, o carro usado pela vítima foi encontrado queimado, com um corpo carbonizado dentro. Será preciso um exame de DNA para confirmar se realmente é Rafaela.

Os familiares da vítima foram chamados para ceder material genético. As amostras serão comparadas com o cadáver encontrado. O resultado pode sair em até 30 dias.

O sargento, de 42 anos, que é lotado em Maricá, está preso por suspeita de feminicídio. Em depoimento na Delegacia de Saquarema (124ª DP), ele disse que não se lembra de nada que aconteceu no dia do crime.

De acordo com o delegado, Silvio disse que estava sob efeito de um surto psicótico e que toma remédios controlados. No entanto, chamou a atenção da polícia o fato de o suspeito ter queimaduras nos braços e no rosto.