Zambelli foi capturada, diz embaixador do Brasil na Itália
Renato Mosca rebate versão da defesa; advogado afirma que parlamentar se apresentou às autoridades italianas

O embaixador do Brasil na Itália, Renato Mosca, afirmou à CNN que a deputada Carla Zambelli (PL-SP) foi capturada pela polícia italiana e não se entregou de maneira espontânea, como sustenta a defesa da parlamentar.
“Essa é uma questão importante de se esclarecer. Ela foi capturada conforme a solicitação da Interpol. Não houve gesto dela de se apresentar. Ela [Zambelli] constrói uma narrativa que não tem base na realidade.”, disse.
A versão dos advogados é de que ela se entregou voluntariamente, apesar de a Polícia Federal e o Ministério da Justiça negarem a afirmação. Zambelli figurava na lista de procurados da Interpol desde junho.
À CNN, Renato Mosca confirma que a prisão ocorreu após o deputado italiano Angelo Bonelli relatar o endereço da parlamentar brasileira às autoridades italianas.
O embaixador diz que as diligências já estavam sendo feitas há meses a partir de diversas fontes de informação. A polícia local recebeu relatos de viagens de Zambelli a duas regiões da Itália: Veneto e Toscana, onde esteve para visitar parentes.
Mosca cita ainda que a exposição de Zambelli na internet como um agravante para identificação e prisão da parlamentar. Apesar do bloqueio das redes por determinação de Moraes, a deputada continuou ativa em perfis paralelos.
Há duas semanas, a parlamentar fez críticas à taxação de 50% sobre produtos brasileiros imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Justiça italiana
A justiça do país tem 48 horas para decidir se mantém a prisão de Zambelli e em que condições. O embaixador brasileiro acredita que Zambelli continuará presa em regime fechado até que a justiça delibere sobre a extradição.
“Tendo em vista o precedente de fuga da deputada, há uma forte expectativa de que ela continue presa.”, disse.
O próximo passo é uma decisão sobre o pedido de extradição feito pelo Brasil. Mosca acredita em uma decisão ainda neste ano.
“A justiça italiana pode acolher ou recusar o pedido brasileiro. No máximo em seis meses tem que ter uma decisão. Agora, no segundo semestre, já teremos concluído”, completou.
Fonte: CNN Brasil
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