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Delmiro Gouveia,29/03/2024

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Toyota concorda com maior aumento salarial em 25 anos no Japão e abre caminho para fim dos juros negativos

Panasonic, Nippon Steel e Nissan também acordaram atender demandas sindicais

Fonte: CNN Brasil
Toyota concorda com maior aumento salarial em 25 anos no Japão e abre caminho para fim dos juros negativos Imagem: Reprodução

A Toyota Motor concordou nesta na quarta-feira (13) em conceder aos trabalhadores das fábricas o maior aumento salarial em 25 anos, elevando as expectativas de que grandes reajustes salariais darão ao banco central do país margem de manobra para fazer uma mudança importante na sua política monetária.

Além da Toyota, a Panasonic, Nippon Steel e Nissan estavam entre alguns dos maiores grupos do Japão que concordaram em atender plenamente às demandas sindicais por aumentos salariais nas negociações anuais que terminaram nesta quarta-feira.

As conversas estão sendo acompanhadas de perto este ano, uma vez que se espera que os aumentos salariais ajudem a abrir caminho para o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) pôr fim à sua política de anos de taxas de juro negativas já na próxima semana.

A Toyota, maior fabricante de automóveis do mundo e tradicionalmente líder das negociações anuais, disse que concordou com as exigências de aumentos salariais mensais de até 28.440 ienes (R$ 957,87) e pagamentos recordes de bônus.

Mantendo a prática anterior, a empresa não forneceu um valor percentual para o aumento salarial.

“Estamos vendo um forte impulso para aumentos salariais”, disse o principal porta-voz do governo e secretário-chefe de gabinete do Japão, Yoshimasa Hayashi.

“É importante que o forte impulso do aumento salarial se espalhe para as pequenas e médias empresas.”

O BoJ também está observando atentamente os resultados como um dado essencial para decidir quando acabar com as taxas negativas, em vigor desde 2016.

O BC japonês, que manteve estímulos expressivos e taxas ultrabaixas durante mais anos do que outros países desenvolvidos, numa tentativa de reanimar a economia, realiza a sua próxima reunião sobre os juros nos dias 18 e 19 de março.

“O resultado da negociação salarial anual deste ano é fundamental” para decidir o momento de uma saída do estímulo expressivo, disse o presidente da autoridade monetária, Kazuo Ueda, ao Parlamento nesta quarta-feira.

Os trabalhadores das principais empresas pediram aumentos anuais de 5,85%, de acordo com o maior grupo sindical do Japão, Rengo, que, se confirmado, ultrapassaria o nível de 5% pela primeira vez em 31 anos.

Efeito cascata

Em outro sinal positivo, a Associação Japonesa de Trabalhadores de Metal, Máquinas e Manufatura (JAM), sindicato que representa os trabalhadores de pequenas indústrias, disse que os aumentos salariais garantidos aos integrantes superaram as expectativas e houve uma mudança na mentalidade dos trabalhadores.

“Os japoneses estão finalmente começando a perceber que a diferença entre os salários dentro e fora do país está aumentando significativamente”, disse o presidente da JAM, Katahiro Yasukochi.

As pequenas empresas empregam sete em cada 10 trabalhadores no Japão, mas têm encontrado dificuldade para oferecer aumentos salariais consideráveis ​​porque têm menos poder para transferir os custos para os clientes.

Akihiro Kaneko, presidente do Conselho Japonês de Sindicatos dos Metalúrgicos, ecoou o sentimento de Yasukochi, dizendo estar esperançoso de que os resultados deste ano possam levar a um ciclo virtuoso de salários mais altos e inflação.

As principais empresas, como a Toyota, estão sob pressão do governo para facilitar aumentos salariais em sua cadeia, para que os salários reais, que são ajustados à inflação, possam reverter uma sequência de 22 meses de quedas consecutivas.

“Esperamos que nossos resultados possam se espalhar por todos os nossos fornecedores”, disse o diretor de recursos humanos da Toyota, Takanori Azuma, aos repórteres.

“Precisamos continuar pedindo aos fornecedores de primeiro nível que repassem isso aos fornecedores de segundo nível e assim por diante”, disse ele, acrescentando que, em última análise, as decisões salariais cabiam a cada empresa individualmente.




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