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Delmiro Gouveia,15/06/2025

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Marcos Queiroz

O fatídico fim de carreira de Fernando Collor

Nascido no seio de uma família política influente de Alagoas, Collor parecia destinado à grandeza

Ex-presidente, Fernando Collor de Melo. Foto: Divulgação
O fatídico fim de carreira de Fernando Collor

Existem figuras na política que parecem nascer com a promessa de mudar tudo. São como cometas: surgem em alta velocidade, iluminam o céu e, por vezes, desaparecem em meio à própria chama. Fernando Collor de Mello foi um desses nomes — e talvez nenhum outro personagem da história recente do Brasil represente com tamanha intensidade o contraste entre expectativa e realidade.

Nascido no seio de uma família política influente de Alagoas, Collor parecia destinado à grandeza. Jovem, articulado, midiático — um político moldado para os novos tempos. E foi assim que, em 1989, se tornou o primeiro presidente eleito diretamente após a ditadura militar. A vitória era simbólica: um novo Brasil surgia, e Collor encarnava essa esperança.

Prometia combater privilégios, cortar na carne, moralizar. Seu discurso contra os “marajás” ressoou como música para um país cansado de desigualdade. E, mesmo com todos os erros que viriam, é justo reconhecer: houve acertos. Foi sob seu governo que o país começou a se abrir para o mundo, iniciando um processo de inserção global que viria a ser fundamental nos anos seguintes. Também levantou a bandeira das reformas estruturais, tão necessárias à modernização do Estado.

Mas a história de Collor foi também a história de um Brasil ainda imaturo na democracia. Seu governo logo se viu atolado em medidas impopulares — como o confisco das poupanças — e em denúncias de corrupção que culminaram, em 1992, no primeiro impeachment da era republicana pós-ditadura.

Ainda assim, Collor não desapareceu. Retornou ao Senado, foi reeleito, manteve-se discreto. Era um político que parecia ter aprendido com o tombo. Até que, em 2023, veio o golpe final: a condenação pelo STF por corrupção e lavagem de dinheiro. A Lava Jato não perdoou quem um dia prometeu justamente acabar com os esquemas do poder.

E é aí que está o ponto mais cruel dessa trajetória. Collor começou como símbolo de renovação, como a juventude que desafiava o velho Brasil. Mas terminou como o retrato do que jurou combater. Seu fim de carreira não foi apenas político — foi simbólico. Um alerta. Um espelho.

Quantas vezes mais o Brasil ainda vai viver essa mesma história com outros nomes? Porém é de se admirar essa prisão, visto que o STF, tem anulado sentenças e prisões de outros envolvidos na tal "Lava jato".


A opinião de nossos colunistas não reflete necessariamente a opinião da Editora Guia Mais.



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